As universidades privadas não reúnem as condições mínimas para abrir licenciaturas de medicina. Nos últimos anos, várias instituições de ensino superior privado tentaram avançar com cursos nesta área, mas a escassez de professores qualificados, a falta de hospitais com capacidade para receber os alunos para internato ou a insuficiente investigação científica em medicina impediram o arranque destas licenciaturas.
Depois do apelo do primeiro-ministro Passos Coelho para que as universidades privadas investissem em cursos de medicina, o Diário Económico foi saber porque razão, afinal, não existem estes cursos no privado.
E a resposta é simples: "As propostas das privadas não têm qualidade". Quem o diz é o presidente da Agência de Avaliação e Acreditação (A3ES), Alberto Amaral, responsável pela avaliação e autorização do funcionamento de todos os cursos superiores em Portugal.
Desde pelo menos 2010, seis instituições privadas - Católica, Lusófona, Piaget, Fernando Pessoa, Egas Moniz e a Cooperativa de Ensino Superior, Politécnico e Universitário (CESPU) - tentaram abrir cursos de medicina. Até agora, nenhuma conseguiu passar no crivo da A3ES. "Não há problema nenhum em haver faculdades de medicina privadas. Têm é que ter qualidade", diz Alberto Amaral.
Os cursos de medicina são dos mais caros - custam cerca de 15 mil euros anuais - e são vários os requisitos exigidos às instituições de ensino, que acabam por não conseguir cumpri-los e desistir de abrir as licenciaturas. É preciso garantir um protocolo com um hospital de grande dimensão para treinar os médicos, "com menos do que 700 ou 800 camas não dá para nada", explica Alberto Amaral. À excepção dos hospitais de S. João (no Porto), de Sta. Maria (Lisboa) e de Coimbra, que são hospitais universitários, não há muitos outros disponíveis para receber e formar os alunos. "O problema é que os hospitais são pagos em função da eficiência" e se receberem os alunos de medicina "a eficiência diminui cerca de 30%", sublinha Alberto Amaral.
Além da parceria obrigatória com um hospital e centros de saúde, para que possam abrir uma licenciatura as universidades têm que ter 60% dos professores em regime de tempo inteiro e, pelo menos, metade tem que ser doutorado. Têm também de fazer investigação científica na área da medicina e, neste momento, diz Alberto Amaral, "não há um único centro de investigação nas privadas".
Foi precisamente por causa destas exigências que a Universidade Católica (UCP) acabou por desistir de abrir um curso de medicina em 2002. "É um sonho que a universidade procura concretizar, mas um curso de medicina envolve muitos recursos humanos, materiais e clínicos. A exigência é muita", disse ao Económico a reitora da UCP Maria da Glória Garcia, que acrescenta que não está nos planos da instituição voltar a tentar abrir esta licenciatura.
O administrador do grupo Lusófona, Manuel Damásio - que tentou abrir um curso em 2010, sem sucesso - diz que a falta de oferta privada de curtos de medicina resulta de "muitos interesses egoístas". Damásio tece duras críticas ao sistema e diz não ter dúvidas que "há várias entidades preparadas para abrir os cursos".
Fonte: economico.sapo.pt
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