Há que atender a várias questões, para lá do ‘feeling' dos pais. Além dos critérios objectivos, como segurança, afecto, limpeza, higiene, espaço e arejamento, luminosidade e sol, espaços verdes e outras condicionantes, é importante recolher opiniões de quem conheça ou tenha lá crianças e olhar às questões financeira e logística. "Convém ser perto de casa ou de apoios, como avós, ou do emprego", diz o pediatra Mario Cordeiro.
Deve-se olhar para a "visão académica e cognitiva, mas também a social e cultural (cultura geral, música e outras artes, consciência social, valores, etc.)". A oferta de actividades extra-curriculares é também um factor a ter em conta. Depois, é preciso perceber se o projecto educativo "é virado para o ensino/aprendizagem, brincadeira em toda a sua amplitude, para desenvolver e descobrir talentos". Por outro lado, é preciso ver se apoia "as crianças nas suas dificuldades (que não precisam de ser extraordinárias, basta a timidez, o medo, o não saber lidar com outras crianças, o pensar que pode fazer e ter tudo o que quer, etc), proporcionar um espaço de crescimento, experimentação física, conhecimento dos limites e aprendizagem".
José Morgado rejeita a ideia de que haja métodos ou modelos pedagógicos absolutamente bons ou absolutamente maus. Existem abordagens metodológicas de qualidade, adequadas às idades das crianças/adolescentes, aos objectivos de educação e de ensino (em termos de conteúdos curriculares), compatíveis com os valores das famílias, promotores de desenvolvimento pessoal e escolar, da criatividade e autonomia das crianças e jovens nas diferentes idades.
Não façamos dramas que são mais nossos do que das crianças, embora seja natural um certo sentimento de perda e de luto quando se sai de uma escola, mas que é rapidamente mitigado e ultrapassado pelo sentimento de vitória, de ousadia e de novidade, na nova escola.
Às vezes, a mudança torna-se necessária, porque no ensino secundário as escolas têm ofertas educativas diferentes, que obrigam à mudança. Outras vezes, algumas circunstâncias de desadaptação ou uma má experiência, por exemplo, podem tornar necessária a mudança de escola, que não deve ser vista como algo de ameaçador ou um risco não controlável.
Também não se deve fazer dessa mudança um drama. "E há que não dar à criança ou adolescente a ideia de que vai passar de cavalo para burro", alerta o pediatra. Até porque, em sua opinião, não é verdade. Pelo contrário. Deve-se elogiar a nova escola e mostrar tudo o que ela tem de bom: as actividades, pessoas e projectos interessantes.
E no caso da mudança ter de ser feita a meio do ciclo, é verdade que pode criar algumas dificuldades, mas "que são ultrapassáveis, com uma atitude atenta e com formas de apoio, se necessário, atempadas e eficazes“.
Fonte: economico.sapo.pt
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